A proposta do comitê gestor da cajucultura é fortalecer o segmento por meio da unificação das cooperativas existentes no Estado, beneficiando principalmente as dez minifábrica de beneficiamento de castanha de caju.
Sandra Monteiro
Mossoró - A cajucultura do Rio Grande do Norte ocupa o segundo lugar na pauta de exportação do Estado, com cerca de 56 milhões de dólares negociados. Experiências exitosas de cooperativismo desenvolvidas por agricultores familiares do estado de Santa Catarina podem servir de exemplo para produtores potiguares obterem melhores resultados na produção e comercialização da castanha de caju. O novo modelo foi apresentado pela Cooperativa Central Sabor Colonial, do município de Concórdia (SC), no Encontro do Comitê Gestor da Cajucultura, promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte. A ideia é fortalecer o segmento por meio da unificação das cooperativas existentes no Estado.
O presidente da Cooperativa Central, Jair Niero, explica como a unificação das cooperativas promoveu o crescimento dos negócios de agricultores familiares do pequeno município catarinense, atacando diretamente os problemas comuns à categoria de produtores. “Chegamos à conclusão de que poderíamos enfrentar os problemas e desafios mais fortemente quando nos unimos. Com os desafios vencidos, nossa produção cresceu e, agora, fornecemos nossos produtos para todo o estado, inclusive em regiões aonde antes não chegávamos”, afirma.
De acordo com o gerente da Unidade de Agronegócio do Sebrae-RN, José Ronil, a adesão potiguar ao modelo praticado pelos produtores catarinenses deve beneficiar diretamente os projetos de minifábricas de beneficiamento de castanha. Segundo gerente, o setor tende a obter resultados positivos ao promover melhorias no acesso à comercialização, logística e utilização de políticas públicas, apontados como alguns dos principais problemas que afeta os agricultores familiares locais.
“Essa experiência vivenciada em santa Catarina, se aplicada aqui no Estado junto aos produtores de castanha trará mudanças significativas para o setor. Problemas que todos eles enfrentam serão atacados e a cajuculltura se fortalece”, observou. Além do aumento na produção, a unificação em torno de uma cooperativa central incentiva a diversificação dos produtos comercializados para atingir uma maior fatia no mercado. No caso da cajucultura significa que, poderá ser melhor aproveitado, por exemplo, o pendúculo do caju na fabricação de sucos.
Números atuais apontam que apenas uma média de 15% do pendúculo do caju é aproveitado no Estado, de uma produção média correspondente a 340 quilos por hectare ao ano. No total, o RN destina 120 mil hectares ao plantio de cajueiros. Ao todo, o Rio Grande do Norte conta com um total de 10 minifábricas de beneficiamento de castanha e duas centrais de comercialização do produto, instaladas no Estado por meio da parceria firmada entre o Sebrae-RN e a Fundação Banco do Brasil, que beneficiam diretamente centenas de agricultores familiares de várias regiões produtoras. www.rn.agenciasebrae.com.br/noticia/136316 - 14.06.2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário