sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Encerrou hoje o recadastramento Biométrico em Serra do Mel - RN

Encerrou hoje o recadastramento Biométrico em Serra do Mel - RN
Jacó Costa18:55 0 comentários

  Os dados do  recadastramento biométrico foram os seguintes: 
REVISÃO - 7458
TITULO NOVO - 354
TRANSFERÊNCIA - 424
Total de eleitores para as próximas eleições em Serra do Mel é de 8.236
O total de eleitores da Serra do Mel nas eleições passadas eram de 9.047 deixaram de fazer o  recadastramento 1589 pessoas ! 
postado por: http://jacocosta.blogspot.com.br/2014/02/encerrou-hoje-o-recadastramento.html em 27.02.2014 as 18:55

Agricultura quer renovar decreto de emergência

Agricultura quer renovar decreto de emergência

SECRETÁRIO ATUALIZA CÁLCULOS DOS PREJUÍZOS TRAZIDOS PELA ESTIAGEM NO RN E CHEGA A R$ 3,8 BI; POR ISSO, E PELA FALTA DE ÁGUA, RECOMENDARÁ RENOVAÇÃO DA EMERGÊNCIA

07:32 27 de Fevereiro de 2014
 

Nadjara Martins
DO NOVO JORNAL
O quadro da seca no Rio Grande do Norte, que já era preocupante, agora revela-se ainda pior: segundo dados atualizados do governo, a estiagem que castiga o Rio Grande do Norte há dois anos já trouxe um prejuízo de R$ 3,8 bilhões para a produção agropecuária do estado, ou seja: quase quatro vezes mais do que havia se estimado anteriormente.

Entre as culturas mais afetadas estão a cana-de-açúcar, milho, feijão, sorgo, além da pecuária, que perdeu 200 mil cabeças somente em 2013. Fechando o bonde vem a castanha de caju, um dos principais produtos de exportação do estado, que reduziu em 50% a sua produção.

Foto: Ney Douglas/NJ.
Ney Douglas/NJ
Garoto observa chão rachado de reservatório seco no interior do RN
Em entrevista ao NOVO JORNAL na última segunda-feira (24), o secretário de agricultura do estado, Tarcísio Bezerra, havia estimado o prejuízo da seca no estado em R$ 1 bilhão. Entretanto, de acordo com relatório disponibilizado à reportagem pela secretaria no dia seguinte, o custo total é de R$ 3,8 bilhões. No conjunto da obra, a agropecuária teve uma redução de 46,76% na contribuição formal do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

Por causa da situação caótica, a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape) elaborou um relatório em que recomenda ao governo do estado a renovação do decreto de situação de emergência. Caso seja atendido, o decreto chegará a sua quarta renovação.

O decreto que trata sobre a seca foi publicado pela primeira vez em 11 de abril de 2012, baseado em relatórios de órgãos técnicos, como a Secretaria de Recursos Hídricos (Semarh) e Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Na época, 139 municípios estavam em situação de emergência. Segundo o último boletim da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), outros 36 municípios estavam em colapso ou em situação de risco no abastecimento.

De acordo com o relatório da secretaria de agricultura, finalizado no começo de fevereiro, mesmo as chuvas que pingaram no estado durante o inverno de 2013 não conseguiram garantir a retomada da produção, que já vinha em decréscimo. As precipitações que caíram nas microrregiões do Seridó, Borborema, Agreste, Serra de Santana, Baixa Verde e Chapada do Apodi ficaram abaixo de 500 milímetros durante todo o inverno.

Devido às chuvas ainda escassas do ano passado, os produtores e o governo ainda estão com “um pé atrás” com relação às precipitações “normais” que foram previstas para o inverno de 2014, que ficariam em torno de 600mm durante os primeiros três meses de inverno (março, abril e maio). “Nós estamos entrando no terceiro ano consecutivo de seca. Ainda estamos meio inseguros com relação a chuvas regulares para este ano”, admite o presidente da Federação de Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn), João Cabral.

De acordo com Cabral, entre as culturas mais prejudicadas estão a mandioca, que teve uma redução de 305 toneladas produzidas para 235 toneladas, e o rebanho bovino do estado, que perdeu R$ 1,2 milhão em 2013 – a terceira maior perda de rebanho do país.

“A produção da mandioca era massa, folha e farinha, e hoje é mais direcionada para a ração animal. Como esta é uma demanda muito grande, devido à falta de forragem, se torna também muito cara. A seca também gera essa inflação e aumenta o preço da ração dos animais”, explica Cabral. De acordo com o presidente da Fetarn, mesmo a baixa produção de farinha do estado – que abastece, basicamente, o mercado interno – foi inflacionada: um quilo de farinha chegou a custar R$ 8. Hoje, a produção de farinha não é suficiente para atender à necessidade do estado, e o governo começou a importar o produto de estados como Pernambuco e Bahia.

A seca prejudicou os dois setores: com a escassez das chuvas, rareou a folhagem usada para alimentar o gado. Com isso, os produtores começaram a procurar a maniva – raiz da mandioca – para alimentar o rebanho. A grande procura levou ao aumento dos preços e, por conseguinte, a redução da oferta. “Faltou maniva para o replantio da mandioca”, explica o secretário de agricultura do estado, Tarcísio Bezerra.

De acordo com Bezerra, o governo solicitou a Emater que realizasse um estudo sobre a quantidade de maniva necessária para reabastecer o produtor de mandioca do estado. “O consumo se elevou muito por causa da falta de forragem. Nós estamos trabalhando em projeto para repor essa área. A Emater vai avaliar qual o tamanho da área que precisa ser reposta e a quantidade necessária de maniva. Nós vamos comprar para repor a produção”, adiantou.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Serra do Mel: Parceria com a Sesed objetiva incrementar segurança pública local

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014 - 

postado por: http://blogpautaaberta.blogspot.com.br/2014/02/serra-do-mel-parceria-com-sesed.html 

Serra do Mel: Parceria com a Sesed objetiva incrementar segurança pública local

"Fabinho"
Está tendo veiculação nesta terça-feira uma Lei procedente do Poder Executivo municipal da cidade de Serra do Mel.
O ato é referendado pelo prefeito Fábio de Oliveira Bezerra, “Fabinho” (PMDB) e a publicação ocorreu no Diário Oficial dos Municípios, na página eletrônica da Federação dos Municípios do RN (Femurn).
A Lei nº 510, do dia 21 de fevereiro em curso, dispõe sobre o convênio celebrado entre a Prefeitura e a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) para fortalecer a área de segurança pública serrana.
A parceria formal pactuada entre as instituições públicas também prevê a criação de um Conselho.
Acesse o conteúdo da Lei clicando AQUI.

                           ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
        PREFEITURA MUNICIPAL DE SERRA DO MEL
SECRETARIA MUNICIPAL DA CASA CIVIL
LEI Nº 510, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2014

Dispõe sobre o convênio que celebram entre se a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social, e o Município de Serra do Mel/RN, e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE SERRA DO MEL
No uso das atribuições que lhes são conferidas pela Lei Orgânica do Município.
Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° - O presente Convênio tem por objetivo a cooperação mútua para o desenvolvimento das atividades que propiciem garantia da preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio público, mediante a implementação de ações de policiamento ostensiva e de polícia judiciária.

Art. 2º - Compete à Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Estado do Rio Grande do Norte, por intermédio da Autoridade Policial e dos demais servidores públicos civis e militares com exercício no Município, o desempenho das ações policiais típicas, preventivas, repressivas e de polícia judiciária, conforme previsto no artigo 29, da Lei Complementar n° 163, de 05 de fevereiro de 1999 e alterações posteriores.

Art. 3° - O Município de Serra do Mel/RN, dentro de suas disponibilidades orçamentárias e financeiras, a promover as ações necessárias à manutenção e funcionamentos dos serviços policiais no âmbito do município, notadamente completando o custeio das despesas com:

Conservação das instalações fiscais da Unidade Policial;
Material de expediente, higiene e limpeza;
Combustível e lubrificantes para as viaturas policiais, bem como, a manutenção preventiva e corretiva destas;
Alimentação para os policiais em serviço.

Parágrafo Único – Fica determinantemente vedado o repasse financeiro à Unidade Policial beneficiada.

Art. 4º - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir por Decreto, Crédito Adiciona Especial destinado a fazer face às despesas decorrentes da presente lei, em cumprimento ao disposto na Lei nº 4.320/64 e na Lei Complementar nº 101/2000.

Art.  - O acompanhamento e o controle social sobre a aplicação dos recursos destinados à execução das obrigações assumidas através do presente instrumento serão exercidos por Conselho a ser instituído no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação, no Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte, do estrato deste convênio.

§ 1° - O conselho será constituído pelos os seguintes membros:

Um servidor, indicado pelo Chefe do Poder Executivo que será seu presidente;
Um delegado da Polícia Civil com exercício no município, se existente;
O comandante da Unidade Policial Militar do município;
Um membro do Poder Legislativo Municipal, indicado pelo Presidente da Câmara Municipal.

§ 2° - O Conselho ora instituído não terá estrutura administrativa própria e seus membros não perceberão quaisquer espécie de remuneração pela participação no colegiado. Reunir-se- á trimestralmente na sede da Prefeitura, sempre em dia útil da última semana dos meses de janeiro, abril, julho e outubro, para apreciar os processos referentes às despesas contratadas, liquidadas e pagas no trimestre anterior. Ao final de cada sessão será elaborada ata na qual constará a listagem de todos os processos apreciados, especificando a decisão.

§ 3° - Os registros contábeis e os processos de contratação das despesas relativos aos recursos despendidos pelo município nas atividades de segurança pública deverão ser previamente disponibilizados para o Conselho. Estando o processo em ordem. Será emitido parecer “pele aprovação”, caso contrário será promovido diligência ao Controle Interno da municipalidade.

Art.6° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogam-se as disposições em contrário.

Serra do Mel/RN, em 21 de Fevereiro de 2014.

FÁBIO BEZERRA DE OLIVEIRA
Cpf Nº 034.704.644-48
Prefeito 


Publicado por:
Karla Kamuraite Marinho Vieira
Código Identificador:FBFB8BD2

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Datafolha: Dilma mantém 47% e venceria no 1º turno

Atualizado: 22/02/2014 17:33 | Por JOSÉ ROBERTO CASTRO, estadao.com.br

Datafolha: Dilma mantém 47% e venceria no 1º turno

Pesquisa aponta reeleição de Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff (PT) venceria Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) no primeiro turno, segundo...
A presidente Dilma Rousseff (PT) venceria Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) no primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 22. Dilma aparece com os mesmos 47% de intenção de voto da pesquisa anterior, divulgada no fim de novembro.
O pré-candidato do PSDB Aécio Neves caiu dois pontos porcentuais (p.p.), de 19% na pesquisa anterior, para 17% agora. Já Eduardo Campos subiu um p.p. De 11% para 12% das intenções de voto. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.
Os entrevistados que declararam que vão anular ou votar em branco somam 18%, enquanto os indecisos são 6%. A pesquisa foi feita com 2614 pessoas entre os dias 19 e 20 de fevereiro em 161 municípios.
Lula
A pesquisa apontou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria os adversários no primeiro turno em dois cenários simulados pela pesquisa Datafolha. No cenário em que o candidato do PSB é Eduardo Campos, Lula tem 54% das intenções de voto, Aécio Neves (PSDB) tem 15% e o governador de Pernambuco aparece com 9%.
Já em um cenário com Marina Silva (PSB), o ex-presidente Lula tem 51%, contra 19% da própria Marina e 14% de Aécio. Na comparação de cenários com os mesmos adversários, os números de Lula são melhores que o da presidente Dilma Rousseff.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

MPF recorre a tribunal federal para afastar Gilson

MPF recorre a tribunal federal para afastar Gilson

Publicação: 22 de Fevereiro de 2014 às 00:00 - http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/mpf-recorre-a-tribunal-federal-para-afastar-gilson/275070
O processo em que o Ministério Público Federal pede, liminarmente, a indisponibilidade dos bens e o afastamento do deputado estadual Gilson Moura chega ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O MPF recorreu da decisão do juiz federal Ivan Lira de Carvalho, que negou o pedido liminar. As acusações feitas pelo procurador da República Rodrigo Teles, que assina a ação, apontam que  a partir do primeiro semestre de 2007, durante o segundo mandato da governadora Wilma de Faria, o “controle informal” do Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (Ipem/RN) foi entregue ao deputado Estadual Gilson Moura, como aparente moeda de troca pelo apoio político prestado ao governo.
Adriano AbreuAção assinada pelo procurador Rodrigo Teles aponta participação de Gilson em esquema do IpemAção assinada pelo procurador Rodrigo Teles aponta participação de Gilson em esquema do Ipem

Ainda de acordo com o Ministério Público Federal, de posse do poder político de indicar livremente aqueles que deveriam ocupar os cargos do Ipem/RN, Gilson Moura indicou como diretor geral da entidade Rychardson de Macedo Bernardo, a quem incumbiu a tarefa de mensalmente desviar significativas quantias de recursos públicos, quer para honrar “compromissos políticos” que o deputado possuía com “lideranças” que o apoiavam, quer para, simplesmente, locupletar-se às custas do erário público.

O recurso impetrado pelo Ministério Público Federal e remetido ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região afirma que o desvio de recursos promovido pelo deputado e por Rycharson Macedo ocorria, principalmente, através da nomeação de funcionários “fantasmas” nos quadros do Ipem/RN e na simulação de despesas com fornecedores de produtos e serviços à entidade. Os “fantasmas” eram pessoas que não prestavam qualquer serviço ao instituto.

Segundo o Ministério Público Federal, as pessoas contratadas e pagas pelo dinheiro público sem trabalhar eram, na verdade, prestadoras de serviço da campanha eleitoral de Gilson Moura, ou eram simplesmente utilizadas para devolver a Rychardson de Macedo Bernardo quase que a totalidade dos salários que recebiam, ficando com pouco mais de 10%.

O MPF aponta que para incrementar os valores desviados, Rychardson de Macedo Bernardo ainda costumava creditar aos funcionários “fantasmas” o pagamento de diárias, como se houvessem viajado para outras cidades a serviço do Ipem/RN. Alguns desses funcionários sequer sabiam onde se localizada a sede do instituto.

Quanto à simulação de despesas, era frequente o simples saque de valores dos cofres do Ipem/RN para fins particulares, cabendo a Rychardson de Macedo obter de fornecedores de produtos e serviços notas fiscais de supostas compras de materiais, combustíveis ou serviços, como se os saques tivessem se dado para o pagamento de alguma compra da autarquia estadual. No final do mês, de posse do montante total desviado, o então diretor geral fazia o rateio do apurado com Gilson Moura.

JH homenageia Cortez Pereira

JH homenageia Cortez Pereira, o inigualável homem que mudou a história do RN

Jornal de Hoje, 21, homenagem especial nos 10 anos da morte do ex-governador Cortez Pereira
Cortez Pereira pensou o RN de uma forma que ele nunca conseguiu ver.
Dez anos depois de sua morte, projetos idealizados pelo ex-governador ainda são trabalhados no Estado
Cortez
À direita de Vingt Rosado está Ney Lopes e do outro lado Cortez Pereira (com papel na mão). Foto: Blog de Lairinho Rosado
Marcelo Hollanda
hollandajornalista@gmail.com
Mais de 40 anos depois de governar o Rio Grande do Norte (1971-1974) e há exatos 10 anos de sua morte – 21 de fevereiro -, José Cortez Pereira de Araújo ou simplesmente Cortez Pereira é, ainda hoje, uma presença tão poderosa e indelével que não há mais moderno, ousado e arrojado do que ele.
Professor, advogado, pensador, estudioso do desenvolvimentismo, Cortez Pereira foi uma dessas pedras preciosas que, em plena vigência do regime militar, como governador biônico, construiu toda a base da economia potiguar que perdura até hoje.
Da implantação do projeto Serra do Mel, uma proposta de reforma agrária baseada na exploração econômica do caju, sorgo e culturas de subsistência, passando pela disseminação do cultivo intensivo do coco com o Projeto Boqueirão, na região de Touros, Cortez Pereira criou as bases de boa parte do que conhecemos hoje como progresso, pelo menos do ponto de vista de um estado que, nos anos de 1970, ainda tinha tudo por fazer.
Entrando pelas primeiras pesquisas aplicadas ao cultivo de camarão em cativeiro, aproveitando as áreas de salinas desativadas ou introduzindo a criação do bicho da seda, com o projeto de sericicultura na região de Canguaretama, Cortez Pereira era um gestor ousado, capaz de enviar auxiliares para outros países a fim de recolher subsídios que pudessem ser úteis à realidade local.
Nem um pouco centralizador, ele reorganizou o Estado a partir da redistribuição de responsabilidades que fizeram de inexpressivas assessorias, secretarias importantes.
Foi o que aconteceu com as áreas de Planejamento e Fazenda, que ganharam roupagem nova, mobilizando competências que o governador fazia questão de ver trabalhando em sua equipe.
Um dos auxiliares mais próximos dele, que foi seu secretário de Planejamento, é o economista Marcos César Formiga Ramos, ex-prefeito de Natal entre 1983/1986 e que hoje ocupa uma das diretorias da Federação da Indústria do Rio Grande do Norte (Fiern).
Conta ele que o inquieto governador gostava de delegar missões em novos projetos, mas só com a segurança de quem entrega um filho para ser educado.
E costumava perguntar toda vez que alguma coisa grande estava para nascer:
“Pode ser feito? Então, bola pra frente!”.
E foi assim, de toque em toque, de ideia em ideia, de projeto em projeto, que Cortez Pereira conseguiu transferir, por exemplo, a fabricação de barrilha de Sergipe para o Rio Grande do Norte, dando uma nova dimensão à produção salineira no estado, mediante o aproveitamento industrial de inúmeros de seus subprodutos.
Não só isso.
Graças à efervescência intelectual de Cortez – um homem habituado a debater suas ideias em longos jantares oferecidos em casa – nasceu iniciativas como a primeira empresa de turismo do Rio Grande do Norte (Emprotur) e as bases para a futura construção, já no governo de Lavoisier Maia, da Via Costeira, a despeito da ferrenha oposição sofrida.
Lembra Marcos Formiga que o primeiro ano de Tarcísio Maia, sucessor de Cortez, foi quase que inteiramente dedicado a concluir obras de seu antecessor.
E Formiga, é claro, manteve-se firme no cargo até o fim, algo inimaginável nos dias atuais.
sessão
Sessão Magna Branca – anos 90 no Centro Esportivo e Cultural de Ceará-Mirim, tendo como palestrante o ex-governador Cortez Pereira. Foto: Divulgação
“Contratou-se o grupo de uma empresa internacional para realizar um estudo da Via Costeira, tomando como base o que acontecia à época na costa sul-africana, onde o turismo sofreu um forte incremento”.
Se hoje é comum falar em mapeamento das potencialidades econômicas do Rio Grande do Norte, saiba que 40 anos atrás essa moda nasceu com Cortez Pereira ao pesquisar de Baia Formosa até Grossos um possível pólo de desenvolvimento para o turismo.
Por intermédio dele buscaram-se acordos de cooperação com outros estados mais desenvolvidos com a finalidade de incrementar projetos e programas de governo.
Ninguém jamais fizera isso antes com ímpeto de Cortez, um homem apaixonado em transformar a realidade e, ao mesmo tempo, inconformado com ela.
Lembra o professor Marcos Formiga:
Quando precisávamos de um especialista para estudar, por exemplo, as águas mães do Rio Grande do Norte, lá vinha um técnico de fora por conta de um dos inúmeros convênios de cooperação celebrados pelo governo Cortez Pereira com as mais diversas instituições nacionais e internacionais”.
“A mesma coisa aconteceu com a implantação de projetos envolvendo o petróleo, o gás e o sal como insumo industrial. Infelizmente, por conta da visão curta dos administradores que se seguiram, o Rio Grande do Norte continua exportando apenas o sal “in natura”, sem qualquer valor agregado, o que se repete com produtos agrícolas da cesta de exportação.
Marcos Formiga, que está entre os personagens mais autorizados a falar sobre Cortez Pereira, diz que a obsessão do ex-governador era moldar um Estado voltado ao planejamento e funcionando como uma empresa.
Não conseguiu – como as décadas seguintes se encarregaram de mostrar.
A opção entre o compromisso público de Cortez e as conveniências políticas de uma elite clientelista, que se serve do poder para se eternizar enquanto grupo, contribuiu para que a memória daquele homem público do regime militar nunca fosse cultuada como devia.
E depois de sofrer revezes políticos terríveis, em nome de acordos políticos espúrios, pouco restou da memória daquele que mudou a vida do estado como nenhum outro líder – homem ou mulher – viria a fazer nas décadas seguintes.
Escreveu o ex-governador sobre sua relação com as pessoas antes e depois de deixar o cargo: “No último ano de governo, meu aniversário foi uma multidão. No seguinte à minha saída, éramos apenas eu e minha mulher aqui em casa”. Nada mais verdadeiro.
Cortez era um político especial e um ser humano dos mais éticos que se possa conhecer”, diz o primo em segundo grau e também economista Antônio-Alberto Cortez.
Ele conhecia com propriedade a problemática socioeconômica do RN no seu aspecto macro, por isso tanto o empolgava as questões relativas ao desenvolvimento, assunto que o fascinava”, acrescenta.
“Não era afeito a pequenez, a coisa miúda da ‘política’ paroquial, embora tivesse como político e em certos momentos, de engolir a hipocrisia tão comum neste meio.
Tinha sonhos de ver um RN melhor e menos desigual.
Buscava conhecer experiências distantes, de outros povos e assim construir parâmetros e levar adiante suas propostas de modo mais seguro”, continua Antônio-Alberto.
Um exemplo disso, segundo o professor da cadeira de Economia da UFRN, ficou claro quando Cortez Pereira enviou técnicos à Ásia para conhecerem o cultivo de camarões em viveiros.
A semente desta iniciativa disseminou-se, anos depois, por quase todo território nacional”, lembra.
Hoje a carcinicultura é responsável por milhares de empregos indiretos e diretos na cadeia produtiva, especialmente no Nordeste.
E para atingir esse objetivo, Cortez Pereira lutou com as armas que podia.
“Executou o Projeto das Vilas Rurais nos matões desertos e inexplorados das Serras do Carmo e Mel. E, nestas, realizou o assentamento de centenas de famílias que, orientadas, foram responsáveis pelo plantio de 2 milhões e duzentos mil pés de cajus – à época uma das maiores plantações contínuas de cajueiros do mundo (provavelmente a maior)”, diz Antônio-Alberto Cortez.
Para o professor, Cortez Pereira sabia como ninguém “aproveitar a diversidade mineral ainda pouco explorada e lamentava o desperdício das águas que, em grandes volumes, escorrem para o mar e que poderiam, em grande parte, ser acumuladas; empolgava-se ao falar da intensa insolação que não deve ser considerada fator adverso ao desenvolvimento, mas sim favorável, uma vez que, graças a tanto sol, a tanta luz, o Rio Grande do Norte é o maior produtor de sal do país”.

Marcos Aurélio: “Cortez Pereira era um laboratório de ideias

Joaquim Pinheiro
Repórter de Política
Ex-auxiliar do então governador Cortez Pereira, o jornalista Marcos Aurélio de Sá, diretor-editor deste O JORNAL DE HOJE, disse que Cortez Pereira era sozinho um “laboratório deideias” e afirmou que ele foi o único gestor que nos últimos 40 anos apresentou um plano de governo para o Rio Grande do Norte.
Marcos Aurélio conviveu durante muito tempo com o então governador Cortez Pereira na sala de aula como aluno do curso de Direito e na condição de diretor da Imprensa Oficial e da CERN – Companhia Editora do Rio Grande do Norte. Marcos Aurélio relata que ao assumir o governo durante uma aula do curso de direito, Cortez Pereira colocou a mão no seu ombro e disse que tinha um lugar para ele (Marcos) na administração estadual, já que decidiu convocar pessoas jovens para ajudá-lo na construção de um Rio Grande do Norte desenvolvido e promissor.
Achei um desafio importante e fui testemunha de um momento da política do Rio Grande do Norte que nunca vi mais se repetir”, diz o jornalista.
marco
Editor-Diretor d’O Jornal de Hoje, Marcos Aurélio de Sá. Foto: Divulgação
Marcos Aurélio relata que o governo Cortez Pereira era formado por um grupo de pessoas pensando 24 horas em caminhos e alternativas para o Rio Grande do Norte encontrar meios para melhorar a vida do povo.
Cortez era uma governante que transbordava ideias e projetos para melhorar o Estado e transferia para os auxiliares essa preocupação”, disse Marcos Aurélio, informando que mesmo sendo integrante do segundo escalão do governo, Cortez Pereira lhe convocava para despachar semanalmente.
Foi através dele que o Rio Grande do Norte despertou para o turismo, para a exploração da carcinocultura, que é atualmente um dos principais produtos de exportação e riquezas para o Estado”, disse Marcos Aurélio, destacando também a cultura do caju, que é o produto de maior exportação.
Segundo Marcos Aurélio, Cortez Pereira pensou na industrialização do sal e na indústria de barrilha, que não foi sequenciada pelos governos posteriores.
“Seria uma grande indústria de base”, disse o ex-auxiliar, completando:
Como jornalista e como quem acompanha o dia a dia do nosso Estado, não se repetiu dos anos 60 para cá nada parecido do que foi o governo Cortez Pereira.
Todos os projetos dele tinham viabilidade.
Alguns não foram sequenciados.”, concluiu Marcos Aurélio.

Joanilson Rêgo: “Cortez era um homem profundamente bom com visão de estadista”

Ex-Governador Cortez Pereira. Foto: Divulgação
Outro auxiliar de Cortez Pereira, o advogado Joanilson de Paula Rêgo, disse que Cortez Pereira “era um homem profundamente bom com visão de estadista” e que a política menor não o fascinava porque pensava grande buscando um Rio Grande do Norte desenvolvido e povo com pleno emprego.
“Cortez queria os campos produzindo racionalmente, as águas fertilizando os solos com tratamento quase científico”, ressalta, informando ainda, que a desertificação doía na alma de Cortez Pereira.
No seu governo, Joanilson de Paula exerceu três secretarias: secretário de Justiça, secretário da administração e chefe do Gabinete Civil. Cortez Pereira foi eleito governador em 1971 e cassado pelo regime militar em 1971.
Substituiu no governo o monsenhor Walfredo Gurgel e foi substituído pelo médico Tarcísio Maia.
O jornalista João Batista Machado, que exerceu a profissão, também no período do governo Cortez Pereira, disse que Cortez foi um dos mais criativos governadores do Rio Grande do Norte.
Conseguiu a fábrica de barrilha (posteriormente interrompida), além de outros projetos de grande alcance social como camarões, bicho da seda, Vilas Rurais de Serra do Mel, Boqueirão, para produção de coco, entre outros.
“Cortez Pereira via adiante, pensando nas novas gerações e fez um governo diferenciado.
As Vilas Rurais, por exemplo, objetivava também, além da produção de castanha de caju, receber trabalhadores desempregados da salinas, que naquela época estavam sendo mecanizadas”, informa João Batista Machado, dizendo ainda que Cortez Pereira tinha a capacidade de visão acima do seu tempo.
Para o jornalista João Batista Machado, o governador Cortez Pereira pensava tanto no Rio Grande do Norte que desprezou as divergências com o seu adversário Aluízio Alves e apoiou a implantação da UEB – União das Empresas Brasileiras, na Zona Norte de Natal, um complexo industrial que na época ofereceu milhares de empregos para o natalense.
Lembra que o então governador Cortez Pereira construiu o atual Centro Administrativo em Lagoa Nova, que segundo Machado, deveria ter seu nome.

Aida: 49 anos de união

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Esposa do ex-governador Cortez Pereira, dona Aida Cortez conviveu com ele 49 anos.
Foi presente na sua vida e ajudou o seu governo através de programas sociais.
Ao ser questionada pela data de hoje quando são completados 10 anos do falecimento do ex-governador, dona Aida falou o seguinte:
“Hoje é um dia sofrido para mim e toda nossa família.
Cortez contribuiu muito para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte através da criação de projetos importantes. Era um homem simples e culto.
Foi injustiçado, mas superava todos os obstáculos e adversidades.
Ele morreu pelo Rio Grande do Norte e pelos projetos que concebeu” , disse ela, lembrando que recentemente o ex-governador tem recebido pequenas homenagens, mas que para ela significa grandes.
Lembra por fim, que sua filha, Aila Cortez, atual secretária de Tributação da Prefeitura de Natal, é um pouquinho de Cortez que está servindo ao Rio Grande do Norte. A filha de Cortez Pereira, atual secretária municipal de Tributação afirmou os seguinte sobre o pai:
“Ele era um amigo e confidente.
Tenho meu pai como grande exemplo e grande orgulho.
Minha base veio dele e da minha mãe.
É uma responsabilidade muito grande para mim, principalmente quando ocupo um cargo público. Mas como ele, estou servindo ao Rio Grande do Norte. Ele foi pai e amigo”.
CARLOS EDUARDO
O prefeito de Natal, Carlos Eduardo, também se referiu ao ex-governador Cortez Pereira:
“Hoje, a memória do Rio Grande do Norte se ilumina pela passagem dos 10 anos de falecimento do Governador Cortez Pereira.
Como gestor público, sei bem das dificuldades que enfrentou na busca de novas alternativas para a construção de um Estado viável, a partir da interiorização de novas fontes de desenvolvimento”.
Carlos Eduardo conclui: “Sonhador dos sonhos possíveis, visionário, tem como legados importantes projetos voltados para o homem do campo, como as vilas rurais de Serra do Mel e a cultura do caju, o passo dado rumo à frota mecanizada para o agricultor, o estímulo ao cultivo do bicho da seda e do camarão.
Seu sonho maior, a fábrica de barrilha, não foi à frente por outras injunções.
Mas fica na nossa história como um dos construtores dos alicerces do desenvolvimento do Rio Grande do Norte”.

Entrevista: Marcos Formiga

secretário do Planejamento nos governos Cortez Pereira e Tarcísio Maia

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Tarcísio Maia e Cortez Pereira, em 1974. Foto: Divulgação
Atual diretor da Fiern, o ex-prefeito de Natal e homem de confiança do ex-governador Cortez Pereira, Marcos Formiga recebeu a reportagem d’O Jornal de Hoje para uma entrevista exclusiva, na sede da Federação das Indústrias do RN. Abaixo, Formiga relembra alguns fatos que marcaram para sempre o desenvolvimento do Estado.
JORNAL DE HOJE – Como o senhor começou a trabalhar com o governador Cortez Pereira?
MARCOS FORMIGA – Depois de concluir uma pós-graduação na Itália sobre desenvolvimento regional, eu dispunha de uma avaliação dos incentivos que o Estado dispunha para aproveitar a produção local.
Em 1970, quando escolheram Cortez Pereira para governador, ele já tinha experiência dos problemas do Seridó como ex-deputado e ex-senador e também tinha uma boa base trazida do exterior.
Ele pediu à companhia de desenvolvimento alguns técnicos que começassem a pensar o governo dele, entre os quais eu. Foi assim que tudo começou,
JORNAL DE HOJE – Por onde vocês exatamente começaram?
MARCOS FORMIGA – Começamos a discutir o RN em suas vantagens comparativas, seus diferenciais, as oportunidades, a organização do estado.
E tudo isso foi tomando conta dos nossos debates.
Na época, minha pasta era uma assessoria de planejamento, com ações pontuais, sem responsabilidade maior.
Quando iniciamos o governo, tínhamos um conjunto de pessoas homogêneas, que sabiam a direção a ser tomada.
Cortez visualizava o estado como uma grande empresa.
Tinha insumos, o que produzir, mas nada disso valeria sem resultados sociais. Foi esse cenário que motivava Cortez Pereira.
JORNAL DE HOJE – Mas qual era o parâmetro central?
MARCOS FORMIGA – O modelo de organização derivaria das condições de planejamento, com equilíbrio financeiro.
Aqueles controles que estavam dispersos, foram organizados. Nossa equipe era pequena na época e eu fazia parte da Universidade.
Era o tempo do presidente Geisel e do Ministro Reis Veloso. Nossa linha era a desenvolvimentista da corrente paulista.
Veloso era da linha do BNDES e tinha uma visão mais aberta.
E nós precisávamos de um conhecimento mais amplo e especializado; convidamos a Cepal para iniciar um estudo conjunto que mapeou o Rio Grande do Norte inteiro.
O que poderia ser estimulado, aproveitado, as cidades mais importantes que pudessem servir de centros regionais. Nosso trabalho foi projetado com resultados nos 20 anos seguintes.
Tínhamos recursos naturais, mas precisávamos saber o que fazer com eles. Tínhamos minério, camarão, sal. O setor têxtil também atraiu Cortez porque nossa produção de fios acabava virando produto acabado em São Paulo.
Foi um tempo de muitos acordos de cooperação buscados com outros estados mais desenvolvidos. Precisávamos de técnicos para estudar as águas mães no RN, então vinha o técnico.
A primeira abordagem de um complexo petrogelquímico começou com Cortez e foi continuado com Tarcísio Maia.
É o que hoje se entende por complexo petróleo-gás-sal. O mesmo aconteceu com a fruticultura com o projeto da Serra do Mel e a suinocultura no Vale do Açu com parcerias internacionais.
JORNAL DE HOJE – Como o senhor definiria a visão de Cortez Pereira da administração?
MARCOS FORMIGA – Era uma visão realista, idealista de longo prazo, de quem pensava longe.
Muitas ideias eram discutidas em sua casa.
Depois de ouvir seu secretário, costumava perguntar: é viável, dá pra fazer?
Então toca pra frente. (M.H.)