quarta-feira, 10 de novembro de 2010

HÁ UMA DEPENDÊNCIA MENTAL

Tribuna do Norte - Publicação: 24 de Outubro de 2010 às 00:00

Após 36 anos no Brasil, onde desenvolveu principalmente o trabalho voltado para o cooperativismo, o suíço Jean Raboud voltará ao país de origem. Quando chegou em 1974, desembarcou em um navio em São Paulo. Trazia como objetivo o projeto de estudar a engorda de animais. Essa semana, quando embarcar de avião levará milhares de histórias, a forte lembrança das ações sociais desenvolvidas no Rio Grande do Norte e, principalmente, o testemunho da esperança do povo brasileiro, como o próprio Raboud costuma dizer. A vinda ao Estado potiguar ocorreu para atuar em um projeto de essências; poucos anos depois já estava envolvido na sua grande paixão, os serviços focados na cidadania. Mas para Jean Raboud o trabalho no social precisa, antes de tudo, desfazer o grande muro que há entre a sociedade civil e os órgãos públicos. Para o suíço é preciso uma união completa, sem divisões. “Sempre fui um adversário dessa divisão da sociedade, com sociedade civil de um lado e poder público do outro”, analisa Jean Raboud. O que é mais difícil quando se trabalha com cidadania no Brasil? “Acho que a dependência das pessoas em relação a política e aos políticos. Há uma dependência mental”, responde de pronto, em uma clara referência ao não pensar das pessoas, e associar a opinião apenas ao que já trazem pronto os políticos. E quem trabalhou com tanta doação ao projeto da cooperativa de caju em Serra do Mel observa: os bairros de Natal podem desenvolver projetos semelhante ao daquela cidade. “O que é notável é que no país é que se aprende muito não por um sistema de aprendizagem, mas pelo fato de fazer, fracassar e retomar com esperança”. Jean Raboud incentiva as pessoas a terem responsabilidade, que origina a dignidade. “A dignidade vem da responsabilidade, não do fato de você levar coisas porque são pobres. Você precisa mostrar como fazer e como dar”, destaca.
Rodrigo Sena O suíço Jean Raboud voltará ao país de origem

O convidado de hoje do 3 por 4 é um suíço com todo espírito brasileiro, um brasileiro por si só encantado, um cidadão do mundo, com coração brasileiro e lições de um nobre ser humano. Com vocês, Jean Raboud.

Depois de 36 anos no Brasil, qual o sentimento do senhor ao deixar o
país?
É um sentimento de um pouco de tristeza e por outro lado de que era
quase necessário colocar uma certa distância entre o que a gente tinha
realizado e as nossas pessoas. Porque tem um autor francês que diz que
para que um projeto de uma pessoa tenha sucesso e durabilidade essa
pessoa tem que se afastar do projeto e viver (o projeto) por conta
própria. Foi o que fizemos até agora com o projeto do Passo da Pátria
(bairro onde ele desenvolve um trabalho voltado para cidadania). Depois
da Serra do Mel eu trabalhei quatro anos na Europa, fui responsável pela
cooperação Suíça na Bósnia-Herzegóvina e voltei no início do ano de
2003 para colaborar com uma turma da Igreja de São Pedro na Associação
para o Desenvolvimento de Iniciativas de Cidadania no Rio Grande do
Norte (ADIC).
O senhor teme que a Associação de Apoio as Comunidades de Campo (AACC), a
qual o senhor integrou, possa ter uma baixa após a sua ausência no Estado?

Não. Eu deixei a AACC em 1998, continuei me interessando nas atividades
da AACC e Coopercaju (Serra do Mel), que beneficia o caju de maneira
caseira, mas com padrões internacionais, ela exporta uma mercadoria com
todos os registros necessários. Estou acompanhando, mas deixei de ser
ativo na AACC e na Serra do Mel em 1998 quando fui assumir minha função
na Bósnia.
A população está madura o suficiente para empreender o cooperativismo?

Diria que está no caminho. Falta muito, mas faltou muito mais. Já houve
também a multiplicação de experiências que deram certo, muitas não deram
certo, mas foi aprendizado. O que é notável é que no país se aprende
muito não por um sistema de aprendizagem, mas pelo fato de fazer,
fracassar e retomar com esperança. O que me impressionou demais no
Brasil foi a força da esperança. Conheci Serra do Mel no auge da seca, o
pessoal com fome, mortalidade infantil muito grande, apesar de tudo
isso as pessoas ainda esperavam a ajuda do governo que vinha de maneira
insuficiente e esperavam encontrar alguma forma de ter uma vida melhor.
Tentei mostrar que a fórmula já estava com eles, era deles. Apesar de
todo castigo, de toda pobreza, a partir deles que tinha que surgir a
solução. Estudamos a solução tentando compor todas as forças que tinham
lá, Governo, sociedade de lá, sistemas de apoio da Suíça e Alemanha.

Qual a visão que o senhor tem do gestor público frente ao
cooperativismo?
Talvez não ele (o gestor público) não tenha uma visão suficiente de
oportunidade de preparar quem vai gerir e assumir a responsabilidade de
cooperativas. O Governo por si não é ele o primeiro interessado nisso. É
interessado, claro, porque dá visibilidade a muitas regiões que sem a
união dos produtores não teriam um impacto na economia do Estado. Nisso
ele precisa ser mais ativo. Mas a minha visão é que eu sempre fui um
adversário dessa divisão da sociedade, com sociedade civil de um lado e
poder público do outro. Não há essa diferença entre sociedade civil e
poder público. O poder público deveria ser a união da sociedade civil.
Deve ter um engrenagem, uma profunda colaboração entre os dois e
sobretudo o que estamos fazendo no Passo da Pátria é fazer surgir o
sentimento de responsabilidade no próprio pessoal. A dignidade vem da
responsabilidade, não do fato de você levar coisas porque são pobres.
Você precisa mostrar como fazer e como dar.
Como o senhor decidiu criar a ADIC?

Tinha o trabalho da Pastoral, mas sentimos que tinha que dar um alcance
maior, sair do esquema de Igreja e ser mais abrangente. Foi aí que fiz a
constituição dessa ONG, em 2005, mas começamos a trabalhar com a igreja
de São Pedro no final de 2003. Em 2005 formalizamos a criação da ADIC.
Estamos assumindo no Passo da Pátria uma construção que vai chegar a R$
600 mil. E precisamos da ajuda de todos (3211 -5471).
Como será o contato do senhor com os projetos sociais quando estiver na
Suíça?
Eu nunca estive praticamente a frente da ADIC porque para continuar a
coisa quem contribui, dá o ponta pé inicial, tem que se afastar,
sobretudo quando se tem mais de 70 anos. Eu participei muito das
atividades e sobretudo da rede de relacionamento aqui e no exterior,
principalmente na Suíça e Alemanha. Temos uma fundação suíça que nos
apóia de maneira firme.
O que é mais difícil quando se trabalha com cidadania no Brasil?
Acho que há dependência das pessoas em relação a política e aos
políticos. Há uma dependência mental. No século XIX tem um economista e
homem de negócio fez uma grande viagem aos Estados Unidos e na época ele
já notou que em nenhum lugar do mundo tem uma liberdade de expressão
tão grande e uma dependência mental tão grande. O que poderia dizer é
que precisa tirar das pessoas a dependência mental de outras pessoas ou
de um esquema qualquer.
A dependência mental que o senhor fala é também financeira, de depender
sempre de esferas de governo?
Também porque essa dependência mental está sempre sendo incentivada por
certas vantagens que todo mundo sabe, tijolo para ajudar a terminar a
casa, óculos. O país nos últimos anos progrediu muito. Muitos que
dependiam desse tipo de coisa passaram a não depender tanto, mas na
prática eles querem ainda continuar dependendo. Você deve ter notado
que na linguagem de quem pretende dar soluções fala sobretudo de
emprego, a gente deveria falar de oportunidade de trabalho. No Brasil
quando você conhece a comunidade do Passo da Pátria muitos sobrevivem de
trabalho próprio, de um trabalho informal. O que a gente tem que
oferecer, claro que emprego é importante, é oportunidade de acordo com a
demanda. No Passo da Pátria tem exemplos fantásticos que souberam ver a
demanda mesmo modesta do local para entrar na fabricação, numa pequena
padaria, em fabricar detergente e outras coisas.
Quando o senhor estiver na Suíça virá ao Brasil a passeio ou a trabalho?

Eu não deixei todas as minhas responsabilidades de lado. Porque uma
realização como a ADIC exige continuidade, um pouco mais de
investimento, claro que vou continuar sendo um porta voz na medida do
possível procurar apoio financeiro onde estarei.
O senhor vai trabalhar na Suíça?
Vou trabalhar, mas não como aqui. Com a idade você tem limitações. A
gente vai trabalhar mais como ajudante. Vou continuar me sentindo um
pouco responsável do que ajudamos a construir aqui, isso já constitui umcerto trabalho.
O senhor fala muito da Serra do Mel, qual cidade que o senhor visitou no
Rio grande do Norte e poderia ser uma nova Serra do Mel?
É uma pergunta difícil de responder. Diria que bairros periféricos de
Natal podem se tornar, em vez de depender do centro. Aliás a zona norte
se tornou uma cidade por si. Lá começou a ter fontes de emprego, mas
também oportunidade de trabalho sem emprego formal. Hoje é uma região
onde tem tudo e não precisa forçosamente passar o rio (Potengi) para trabalhar.
Nesses 36 anos de Brasil qual foi seu grande momento?
Foi uma grande aventura. Posso dizer que fiz o percurso do combatente.
Minha esposa trabalhou 15 anos em Mãe Luíza, ela deu muita da sua força,
da sua saúde nisso. Eu também tentei modestamente me dedicar de maneira
inteira ao trabalho e as pessoas a quem prometi uma colaboração.
Quando o senhor chegar na Suíça e perguntarem sobre sua vida no Brasil
vai falar do que?
Conheci o Brasil do tempo da ditadura, mas para mim era um país
comunista, tudo dependia do governo. A pessoa pobre dependia do governo,
o rico estava querendo sempre coisas do governo. Realmente, era nítido,
apesar de ser um regime, havia um círculo com 360 graus, os extremos se
tocavam, apesar de ser ditadura de direita era nitidamente um país
comunista nesse sentido. Hoje melhorou. Vou falar da força da esperança
que move muitas pessoas que não sabem como vão passar o dia de amanhã,
próximo mês, próxima semana. O europeu é muito planejado, ele acumula
dinheiro. Aqui a gente está mais preocupado não em como investir, mesmo
tendo pouco a gente consome, e a gente sempre espera que o amanhã vai ser melhor.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CRANBERRY: A INFECÇÃO URINÁRIA COM OS DIAS CONTADOS

CRANBERRY: A INFECÇÃO URINÁRIA COM OS DIAS CONTADOS
“Popular nos Estados Unidos, alimentos à base da fruta comercializados no Brasil são indicados por profissionais da saúde; suco tem reconhecimento da Sociedade Brasileira de Urologia”
“Popular nos Estados Unidos, alimentos à base da fruta comercializados no Brasil são indicados por profissionais da saúde; suco tem reconhecimento da Sociedade Brasileira de Urologia”

Cranberry. Este é o nome de uma fruta que está dando o que falar entre urologistas e outros profissionais da saúde em nosso país, desde que estudos científicos internacionais vêm provando a eficácia de suas propriedades para o combate e a prevenção de doenças. Ainda não encontrada no Brasil in natura, mas muito popular na forma de suco, geleias e outros derivados, hoje uma dieta rica em cranberry é comumente indicada para pacientes que apresentam quadro de infecção urinária.

A infecção urinária é uma das principais causas de idas a consultórios médicos, ambulatórios e pronto-socorros no Brasil. Acredita-se que 30% a 50% das mulheres já tiveram algum problema de infecção urinária depois do início da vida sexual. Também em homens e mulheres idosos, doenças como o aumento da próstata e alterações hormonais e da vagina são responsáveis pelo aumento da incidência de infecções. Segundo Dr. Carlos Alberto Bezerra, presidente do Núcleo Brasileiro de Uroginecologia e professor da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, considerando-se a população geral, as infecções urinárias são mais comuns em mulheres, na proporção de três para um homem.

“As mulheres têm períodos da vida nos quais as infecções são mais frequentes: ao sair da fralda, ao iniciar vida sexual, ao ficar grávida e ao entrar no período pós-menopausa. Já os homens têm mais infecções após os 50 anos, devido aos problemas de próstata. Mas mesmo nesta faixa etária, as mulheres ainda têm mais infecção que os homens. Isso provavelmente se dá porque as infecções urinárias ocorrem por penetração de bactérias pela uretra e os homens, por terem uretra mais longa, são naturalmente mais protegidos”, explica o especialista.

Mas, ao que a comunidade científica indica, esse alto índice brasileiro de mulheres com infecção urinária pode estar com os dias contados com a chegada de produtos à base de cranberry ao nosso mercado, como, por exemplo, o suco da fruta da marca Juxx –primeiro a receber o reconhecimentoda Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que afere sua qualidade e propriedades terapêuticas, e único que usa o concentrado da fruta importado do Chile.

A crescente popularização do cranberrry por aqui como espécie de alimento funcional é uma tendência que nasceu nos Estados Unidos (de onde a fruta tem origem), quando, em 1998, pesquisadores da Rutgers University, em Nova Jersey, descobriram que uma de suas substâncias ativas é a proantocianidina (PAC) – responsável pelo mecanismo antiaderência encontrado no suco, que impede que as bactérias fiquem grudadas e se reproduzam no epitélio (revestimento mucosos) do trato urinário. Essas informações estão disponíveis em congressos médicos e a literatura técnica recente contém dados confiáveis e livres de conflitos de interesse, que estão acessíveis à comunidade médica em todo o mundo e inclusive no Brasil

“Tomei conhecimento da aplicação do suco há 12 anos, no Congresso Americano de Urologia. Desde então tenho acompanhado a literatura. Quando o suco de cranberry foi lançado no Brasil, passei a utilizar em algumas pacientes minhas. Basicamente, o que as pesquisas têm demonstrado é que mulheres com infecção urinária de repetição que passaram a tomar o suco regularmente têm menos repetição de infecções urinárias do que as que não tomam nada. Também há estudos que revelam que tomar o suco como prevenção da infecção urinária é igual a tomar um antibiótico no esquema de profilaxia usual (prevenção com antibióticos em dose baixa)”, explica Dr. Carlos Alberto Bezerra. O presidente do Núcleo Brasileiro de Uroginecologia observou que aqueles pacientes que tomam o suco diminuem o número de consultas por ano no seu consultório.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dilma abre 20 pontos e já ultrapassa Serra em SP e no RS

A candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, manteve sua tendência de alta e foi a 49% das intenções de voto. Abriu 20 pontos de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra, do PSDB, que está com 29%, segundo pesquisa Datafolha. Os contratantes do levantamento são a Folha e a Rede Globo.

Realizada nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, o levantamento também indica que Dilma lidera agora em segmentos antes redutos de Serra. A petista passou o tucano em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná e entre os eleitores com maior faixa de renda.

Em São Paulo, Estado governado por Serra até abril e por tucanos há 16 anos, Dilma saiu de 34% na semana passada e está com 41% agora. O ex-governador caiu de 41% para 36%.
Na capital paulista, governada por Gilberto Kassab (DEM), aliado de Serra, ela tem 41% e ele, 35%.

No Rio Grande do Sul, a petista saiu de 35% e foi a 43%. Já Serra caiu de 43% para 39% entre os gaúchos.

A margem de erro máxima da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Todas as oscilações nacionais se deram dentro do limite.

Dilma tinha 47% na sondagem do dia 20 e foi a 49%. Serra estava com 30% e agora tem 29% Marina Silva (PV) manteve-se em 9%. Há 4% que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum. E 8% estão indecisos. Os demais candidatos não pontuaram.

Se a eleição fosse hoje, Dilma teria 55% dos votos válidos (os que são dados apenas aos candidatos) e venceria no primeiro turno.

Serra se mantém ainda à frente em alguns poucos estratos do eleitorado. Por exemplo, entre os eleitores de Curitiba, capital do Paraná, onde registra 40% contra 31% de sua adversária direta.

'BOLSÕES'

Mas o avanço da petista ocorre também nesses bolsões serristas. No levantamento de 9 a 12 deste mês, Serra liderava entre os curitibanos com 43% contra 24% de Dilma, uma vantagem de 19 pontos. Agora, a diferença caiu para nove pontos.

Quando se observam regiões do país, a candidata do PT lidera em todas, inclusive no Sul. Na semana passada, ela estava tecnicamente empatada com Serra, mas numericamente atrás: tinha 38% contra 40% do tucano.

Agora, a situação se inverteu, com Dilma indo a 43% e o tucano deslizando para 36% entre eleitores sulistas.

SEGUNDO TURNO

Como reflexo de seu desempenho geral, Dilma também ampliou a vantagem num eventual segundo turno. Saiu de 53% na semana passada e está com 55%. Serra oscilou de 39% para 36%. Ampliou-se a distância, que era de 14, para 19 pontos.

Outro dado relevante e que indica um mau sinal para o tucano é a taxa de rejeição. Dilma é rejeitada por 19% dos eleitores, taxa que se mantém estável desde maio.

Já Serra está agora com 29% (eram 27% semana passada) e chega a seu maior percentual neste ano.

Na pesquisa espontânea, quando os eleitores não escolhem os nomes de uma lista de candidatos, Dilma foi a 35% contra 18% de Serra.

No levantamento anterior, os percentuais eram 31% e 17%, respectivamente.

A pesquisa está registrada no TSE sob o número 25.473/2010.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Você conhece Dilma Rousseff?

Dilma Rousseff nasceu em Belo Horizonte (MG) e foi criada numa família tradicional de classe média alta. Foi na juventude que Dilma se interessou pelos ideais socialistas, logo após o Golpe Militar de 1964. Da militância, ela passou para a luta armada e para a clandestinidade. Ficou presa durante quase três anos, de 1970 a 1972, quando foi torturada pelos militares. Formada em Economia, ela foi secretária da Fazenda em Porto Alegre, Secretária de Minas, Energia e Comunicação do Rio Grande do Sul, ministra de Minas e Energia e ministra da Casa Civil. Disputando pela primeira vez a corrida presidencial, Dima Rousseff é a primeira mulher com chances reais de chegar ao Palácio do Planalto no Brasil.Você conhece bem a presidenciável petista?

Você conhece José Serra?
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, foi o último presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), antes do golpe militar em 1964. Em consequência dos anos de chumbo, Serra se exilou na França e no Chile e viveu fora do país por 14 anos. Com fama de centralizador, o ex-governador e ex-prefeito de São Paulo se defende: “Eu não sou centralizador no trabalho do governo. As pessoas têm uma liberdade enorme para trabalhar comigo. Eu monitoro, o que é diferente. Acompanho, cobro resultados e, quando o assunto não está andando, eu mergulho”, disse em entrevista à revista ‘IstoÉ’.

Você conhece Marina Silva?
A candidata do PV Marina Silva disputa a corrida presidencial pela primeira vez. Após 30 anos como militante do Partido dos Trabalhadores, a ex- senadora e ex-ministra do Meio Ambiente deixou o PT e se filiou ao Partido Verde para continuar atuando na política sem abrir mão dos seus princípios. Em entrevista à revista IstoÉ, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos colaboradores da campanha do PV, disse: “pelo seu perfil e postura, Marina é a única em condições de pensar o impensável”.
Será que você conhece bem a história e as propostas da candidata 'verde' à Presidência do país? Responda ao quiz a seguir e confira.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

24/08/2010 - 10h45 - Pesquisa CNT/Sensus - Presidente da Republica

24/08/2010 - 10h45
Pesquisa CNT/Sensus: Dilma tem 46% das intenções de voto; Serra, 28,1%
Camila Campanerut
Do UOL Eleições Em Brasília

Pesquisa CNT/Sensus divulgada na manhã desta terça-feira (24) mostra a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na frente das intenções de voto, com 46%, contra 28,1% de José Serra (PSDB). Em terceiro lugar está a senadora Marina Silva (PV) com 8,1%. Votos em branco, nulos e indecisos somam 16,8%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Na última pesquisa, a ex-ministra da Casa Civil liderava com 41,6%, Serra aparecia com 31,6% e Marina registrava 8,5%. Votos em branco, nulo e indecisos representavam 14,3%.
"É uma eleição tecnicamente decidida em primeiro turno a partir dos dados de hoje. Dilma tem 55,3% dos votos válidos e os demais candidatos têm 44,7%", explicou Clésio Andrade, presidente da CNT.
“Não estamos afirmando que a eleição terminou. A eleição só acontece no dia 3 de outubro, mas nunca vimos uma pessoa com 40% ou mais de intenção de votos não ir para o segundo turno", esclareceu o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, no sentido de indicar que dificilmente haja uma reviravolta do cenário eleitoral estudado pelo instituto.
A 103ª edição da pesquisa fez uma simulação de segundo turno entre a candidata petista e o tucano. Nela, Dilma aparece com 52,9%, contra 34% do ex-governador de São Paulo. Dentro desse cenário, brancos, nulos e indecisos chegam a 13,%.
Nesta edição da pesquisa, não houve simulação de segundo turno entre Marina e Serra e Dilma e Marina.
Na pesquisa espontânea – a que os nomes de candidatos não são indicados aos entrevistados - Dilma aparece com 37,2% das intenções de voto, contra 21,2% de Serra e 6% de Marina Silva. Brancos, nulos e indecisos representam 30,6%.
Propaganda políticaO levantamento atual também levou em consideração questões a respeito das propagandas políticas veiculadas no rádio e na televisão desde o último dia 17 de agosto. Um total de 42,9% dos entrevistados afirmaram acompanhar o horário eleitoral gratuito.
Destes, 56% disseram que Dilma foi a candidata que apresentou a melhor propaganda eleitoral. Já para 34% dos entrevistados, a performance do tucano foi melhor e 7,5% avaliaram que a candidata do partido verde teve a melhor exposição na propaganda eleitoral.
Na avaliação do diretor do Instituto Sensus, o programa eleitoral da candidata do governo teve boa aceitação com uma imagem de leveza, com um programa que emocionou e mostrou resultados. De acordo com Guedes, o candidato tucano, principal adversário de Dilma, foi prejudicado pelo "episódio da escolha do vice", pela "questão da judicialização da campanha" e pela "demonstração de ser contrário à política do presidente Lula".
Expectativa de vitóriaOs entrevistados também foram questionados sobre quem ganharia as eleições para presidente da República neste ano, independentemente do voto do eleitor. Segundo o levantamento, 61,8% apontaram Dilma como vencedora, enquanto outros 21,9% indicaram Serra. Para 1,3%, Marina Silva é a favorita. O índice de entrevistados que não responderam ou não souberam totalizou 14,2%.
Em relação à pesquisa realizada em julho, a expectativa de vitória de Dilma subiu quase 15 pontos percentuais. Na ocasião, a petista tinha 47,1%, Serra contava com 30,3% e Marina tinha 2,2%. Não responderam e não souberam: 16,7%.
Rejeição dos candidatos A rejeição de Marina Silva e José Serra teve um crescimento expressivo nesta pesquisa se comparada com a anterior. Hoje, 40,7% dos ouvidos não votariam “de jeito nenhum” em Serra, enquanto que na edição anterior eles somavam 30,8%. Em relação à Marina, 47,9% não votariam nela, ante 29,7% na pesquisa anterior.
Já o percentual de Dilma de rejeição se manteve estável levando em conta a margem de erro. O atual é de 28,9% e na pesquisa passada era de 25,3%. A petista também subiu a sua aceitação como “única candidata em quem os entrevistados votariam”, com 39,8% nesta pesquisa e na passada, 34,6%.
Para 22,6% dos ouvidos, Serra aparece como o único que votariam, contra 25,5% da edição anterior. Para Marina, 8,3% a indicaram como a única candidata possível. No levantamento anterior, eles somavam 10,9%
Dados regionaisDas cinco regiões do país, Dilma aparece em primeiro lugar em quatro delas, com exceção do Sul, onde José Serra venceria as eleições com 47,8% dos votos. A petista aparece em segundo lugar com 35,7%, seguida por Marina Silva, com 6,9%. Brancos, nulos e indecisos representam 9,3% dos votos.
Na região Nordeste, a ex-ministra da Casa Civil tem seu melhor resultado, com 62,1%. Serra aparece com 19,8% e Marina Silva, com 6,4%. Brancos, nulos e indecisos somam 11,1%.
As regiões Norte e Centro Oeste são analisadas juntas e apontam Dilma com 45%, Serra com 25,5% e Marina com 7,6%. Brancos, nulos e indecisos chegam a 20,5%.
Na região Sudeste, a diferença entre Dilma e Serra é menor. A petista lidera com 39,2%, o tucano com 27,6% e a candidata verde aparece com 9,7% dos votos. Brancos, nulos e indecisos representam 21,8% dos votos.
Votos por gêneroEntre os entrevistados, 49,4% dos homens votariam em Dilma, 28,7% optariam por Serra e 7,6% escolheriam Marina Silva. Dentro desse cenário, brancos, nulos e indecisos chegam a 13%.
Já a avaliação das mulheres indicou que 42,9% votariam em Dilma, 27,4% em Serra, 8,4% em Marina.e 20,3% ainda estão indecisas ou votariam em branco ou nulo.
Nesta edição, o governo Lula e o desempenho pessoal do presidente não foram avaliados com os entrevistados.
Para a 103ª Pesquisa CNT/Sensus, foram entrevistadas 2.000 pessoas, em 136 municípios de 24 Estados, entre os dias 20 e 22 de agosto de 2010. A pesquisa foi registrada no TSE com o número 24.903/2010.

sábado, 14 de agosto de 2010

Senadores usam dinheiro público para fazer campanha

Senadores que são candidatos usaram dinheiro público para fazer campanha nos Estados. Contratam empresas de consultoria e de vídeo, assessores de imprensa que respondem pela candidatura e usam servidores em atividades eleitorais.

Além do salário de R$ 16,5 mil, os senadores recebem a chamada "verba indenizatória" de R$ 15 mil mensais.

O dinheiro, que não pode ser usado em campanhas, tem destino específico: cobrir os gastos na atividade parlamentar, como transporte e manutenção de escritório nos Estados. As despesas devem ter notas fiscais, que podem ser apresentadas até 90 dias após o gasto.
A Folha analisou as prestações de contas dos senadores disponíveis na internet no Portal da Transparência da Casa desde abril de 2009.

Dos 49 senadores-candidatos, 30 declararam gasto somado de R$ 129,5 mil em despesas com alimentação, transporte e contratação de serviços de consultoria, pesquisas e trabalhos técnicos para apoio da atividade parlamentar em julho. O gasto total foi de R$ 266,7 mil.

Outros 16 não lançaram as despesas, e três declararam não ter usado a verba.

Com baixa atividade parlamentar, julho foi o mês do início oficial da campanha política. O Congresso entrou em recesso no dia 18.

O senador Adelmir Santana (DEM-DF) tenta uma vaga na Câmara. De abril a julho apresentou nota de R$ 15 mil da contratação a WHD Consultoria e Comunicação Ltda, que faz marketing "para governos, organizações associativas e representativas, partidos, candidatos, parlamentares, políticos, administradores públicos e executivos", informa seu site.

A Folha apurou com duas pessoas que a WHD colabora com a sua campanha.

Adelmir também usou um servidor do Senado para registrar o site de campanha. Lotado na Mesa Diretora, onde Santana é suplente, Gustavo de Oliveira Pinto não só aparece como responsável pela página como deu endereço e telefone do Senado quando registrou o site.

Candidata ao governo do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM) também recorreu à verba pública para pagar um coordenador da assessoria de imprensa da campanha. Repassou em junho e julho o total de R$ 9.600 a Alexandre Ferreira Mulatinho, dono da Mixmídia.
O contrato foi firmado em março: R$ 4.800 mensais até fevereiro de 2011. Antes disso, ele já prestava serviços para por R$ 2.000 mensais
.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que disputa a reeleição, também usou parte da verba indenizatória para fins eleitorais. A produtora GW recebeu R$ 12 mil, em duas parcelas pagas em junho e julho, para fazer um vídeo que está hospedado no site oficial da candidata.

Procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Marinus Marsico disse que o tribunal pode pedir ressarcimento.

No domingo passado, a Folha revelou que deputados também usaram verba pública para a campanha.

OUTRO LADO

Os senadores negam que estejam usando dinheiro da verba indenizatória do Senado para custear as campanhas nos Estados.

Admitem, porém, terem pago com dinheiro público empresas que produziram material com caráter político eleitoral poucos meses antes da disputa.

Por meio de assessoria, o senador Adelmir Santana confirma que, às vésperas da corrida eleitoral, contratou a empresa WHD para fazer "diagnóstico do mandato, definição de oportunidades, estudo de temas, elaboração de proposições e pronunciamentos" sem firmar um contrato físico.

Ele nega, contudo, que a empresa esteja oficialmente
na campanha.

A WHD também informou que não mantém relação profissional na campanha, mas admite que o candidato está usando na plataforma eleitoral parte do conteúdo elaborado pela consultoria paga com dinheiro público.

Sobre a participação de Gustavo Pinto em sua campanha eleitoral, o senador confirmou que o funcionário do Senado registrou o domínio do site oficial em um "procedimento realizado por ele unicamente para garantir o endereço eletrônico".

Santana nega, no entanto, que Gustavo Pinto tenha trabalhado na elaboração da página oficial na web.

EM VIGOR

Rosalba Ciarlini, também por meio da assessoria, confirmou o contrato com Alexandre Mulatinho, mas afirmou que nem ele nem a empresa vão receber verba indenizatória durante a campanha eleitoral.

De acordo com a senadora, a empresa realizou serviços referentes ao mandato parlamentar que foram interrompidos em julho --apesar de o contrato ainda estar em vigor no momento.


A senadora Lúcia Vânia, por sua vez, disse por meio da assessoria que a GW foi contratada para "digitalizar o arquivo e realizar um vídeo de dois minutos" antes do período eleitoral.

Segundo a senadora, o vídeo não será usado na propaganda eleitoral de televisão nem foi confeccionado para a eleição. A assessoria admite, porém, que ele está na página oficial da campanha de Lúcia Vânia.

GABRIELA GUERREIRO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA (14/08/2010 as 10:23 mm Folha

domingo, 6 de junho de 2010

Mossoró é a terra da castanha de caju

MAGNOS ALVES
Da Redação (Jornal Defato.com - 06/06/2010)

Mossoró sempre foi conhecida como a terra do sal, por ser a maior produtora nacional. Depois ganhou notoriedade como a maior exportadora de melão do Brasil. Porém, com o passar dos anos, o mercado mudou e, hoje, outros dois produtos se destacam como representantes de Mossoró mundo afora: a castanha de caju e a cera de carnaúba.
A castanha de caju assumiu o posto de principal pauta de exportação da cidade. Espaço que até pouco tempo era ocupado pelo melão. Enquanto que a cera de carnaúba está recuperando seu mercado e já ultrapassou as exportações de sal, despontando na terceira colocação.
Números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI) mostram que o volume de recursos alocados fora do Brasil com a castanha de caju no quadrimestre de 2010 (11,1 milhões de dólares) é mais que o dobro que o conquistado pelo melão (5,2 milhões de dólares).
As exportações de castanha de caju cresceram quase 13% (12,91%) nesse período, enquanto que o melão fez um percurso bem diferente e registrou queda de 38,77%.
O secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Segundo Paula, explicou que os produtores de castanha de caju do Rio Grande do Norte estão colhendo agora os dividendos de investimentos que estão sendo feitos há vários anos. "Há muito tempo que esse setor vem apostando no mercado externo, mas só agora começa a atingir a maturidade", pontuou.
Segundo Paula observou que o espaço conquistado pela castanha de caju potiguar no exterior foi fruto da observação dos empresários do setor, que perceberam a oportunidade de conquistar novos mercados e não deixaram escapá-la. "Esse novo cenário mostra que a economia potiguar é muito forte na região oeste. Antes era a fruticultura, agora temos a castanha de caju. Isso é muito bom para o estado", enalteceu.
O processo de crescimento da exportação da castanha de caju beneficia os grandes e pequenos produtores.
A empresa A. Ferreira Indústria, Comércio e Exportação LTDA (AFICEL), por exemplo, exporta castanha de caju e ostenta hoje a quarta colocação entre as empresas do estado que mais venderam para o exterior em 2010, acumulando mais de 6 milhões de dólares vendidos até abril. Logo depois vem a empresa Usina Brasileira de Óleos e Castanha (USIBRAS), com quase 5,5 milhões de dólares exportados.
A produção de castanha de caju não se resume a Mossoró. O produto rendeu mais de 3 milhões de dólares a outros municípios do estado.
Na Serra do Mel, por exemplo, o foco é o pequeno produtor, que vende sua produção através da Cooperativa dos Beneficiadores Artesanais de Castanha de Caju do Rio Grande do Norte (COOPERCAJU).
Segundo a gerente administrativa da Cooperativa, Rafaela Duarte, na última safra, 106 sócios conseguiram produzir 50 toneladas de castanha de caju, sendo que 90% da produção foi vendida para o exterior e o restante no mercado interno.
Os pequenos produtores levam uma grande vantagem sobre a indústria: conseguem preços até 30% melhor que o praticado no mercado convencional. Motivo é a fabricação de um produto orgânico, que foi incluído no chamado comércio justo.
Com a maré boa, não para peixe, mas para castanha, os produtores vislumbram voos ainda mais altos. "Nosso objetivo é produzir 80 toneladas na próxima safra, superando as 65 toneladas de 2007", destacou, otimista, Rafaela Duarte.

Melão e sal em queda livre
Dois produtos que difundiram o nome de Mossoró mundo afora estão em queda livre: o sal e o melão. Os produtores de sal deixaram de vender mais de 3 milhões de dólares no exterior, com queda de 70% nas exportações até abril. O melão também trouxe mais de 3 milhões de dólares a menos de fora do Brasil, com queda de 38,77% nas vendas externas.
O vice-presidente do Sindicato da Indústria de Extração do Sal (SIERSAL), Airton Torres, demonstrou otimismo com o setor. Segundo ele, boa parte da queda registrada até abril vai ser recuperada ao longo do ano. Airton explicou que a queda no ritmo das exportações do sal foi motivada, entre outras coisas, pelo atraso de embarques do produto e também cancelamento de contratos, "mas no final do ano o resultado será próximo ao registrado em 2009", afirmou.
Já o presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do RN (COEX), Wilson Galdino, relembrou a crise que afetou a fruticultura irrigada no ano passado e destacou que a recuperação da produção de melão em Mossoró passa pela reabertura da fazenda que pertence a Nolem, que foi fechada e pode ser arrendada pela Agrícola Famosa. "Trata-se de uma negociação indispensável para recuperar o mercado deixado pela Nolem", frisou.
A atividade da fazenda vai garantir mais 1.500 hectares plantados para a safra 2010/2011.
O gerente municipal do Turismo, Indústria e Comércio, Sílvio Mendes Júnior, justificou que a produção de sal foi voltada para o mercado interno, "que está mais promissor". Disse ainda que os produtores de melão estão otimistas com a próxima safra e na expectativa de recuperar os mercados atingidos pela crise econômica no ano passado. "O que está acontecendo com o sal e o melão trata-se de uma acomodação natural do mercado", pontuou Sílvio.