quarta-feira, 25 de julho de 2012

Cadeia produtiva do caju enfrenta dificuldades para se consolidar no Nordeste

A adoção de práticas modernas na atividade esbarra no custo financeiro de sua implantação e manutenção, sobretudo para os pequenos produtores.
Em que pese suas potencialidades, a cadeia produtiva do caju no Nordeste enfrenta dificuldades para se consolidar, tanto na parte agrícola, com baixa produtividade e resistência à novação dos pomares antigos, como na área industrial, onde se faz necessário ajuste na política de preços e comercialização, na melhoraria da qualidade e no maior aproveitamento dos produtos do caju (castanha, pedúnculo e derivados).
[AGÊNCIA PRODETEC ππ MAIO 2012]
A cultura do cajueiro tem grande relevância socioeconômica no Nordeste, especialmente no semiárido, dada sua capacidade de gerar emprego e renda tanto na agricultura quanto na agroindústria. A produção do Brasil perdeu terreno para outros países, embora tenha crescido 59% entre 2000 e 2009 e a área cultivada avançado, no mesmo período, de 651,1 mil para 758 mil hectares. Todavia, a produtividade nacional de 291 kg/ha continua aquém da média mundial (817 kg/ha) e muito longe da média obtida pelo Vietnã em 2009 (2.811 kg/ha), Índia (778 kg/ha), Nigéria (1.760 kg/ha) e Costa do Marfim (373 kg/ha).
A produção brasileira, quase toda concentrada no Nordeste, especialmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, alcançou 220,5 mil toneladas em 2009. No Vietnã, totalizou 958 mil toneladas contra 695 mil toneladas da Índia, 580,7 mil toneladas da Nigéria e 246,3 mil toneladas da Costa do Marfim.
Barreiras
Estudo recente do BNB-Etene traz uma análise da cajucultura no Brasil, enfocando cenários, mercados, riscos, panorama produtivo dentro e fora do país, aproveitamento e consumo, comércio externo, crédito e a estruturação da cadeia produtiva. O trabalho mostra que a adoção de práticas modernas na atividade, a exemplo do plantio da variedade anão precoce enxertado e da substituição de copas, esbarra no custo financeiro de sua implantação e manutenção, sobretudo para os pequenos produtores. Mostra, também, que o estímulo para a revitalização dos cajueiros na região Nordeste, estaria no fim do desperdício do pedúnculo (em torno de 90%), fonte de preocupação para todos os segmentos da cadeia nordestina do caju.
Segundo os técnicos, o aproveitamento econômico do caju em forma de doce, cajuína, polpa e fruta de mesa e o consequente aumento da renda do produtor, estimularia novas práticas e tecnologias, com repercussão sobre o nível de produtividade.
Agricultura familiar
Para a agricultura familiar, o estudo do BNB-Etene indica como o mais atraente o modelo de beneficiamento de castanha de caju que adote um processo tecnológico simples, porém em condições de colocar o produto no mercado local ou internacional. Também se mostra favorável a exploração do cajueiro-anão precoce de sequeiro, tendo como objetivo a venda da castanha acompanhada da venda do pedúnculo para a indústria e a venda do pedúnculo in natura. Outra opção do agricultor familiar seria explorar o cajueiro comum em consórcio com a cultura da mandioca.
publicado no www.agenciaprodetec.com.br - 25.07.2012

domingo, 1 de julho de 2012

Hamburguer de Caju -

Hamburguer de Caju - O MUNDO VAI OUVIR FALAR DELE ! ESCREVAM ISSO...




A turma da colônia de férias come com prazer! Hambúrguer no lanche. Tudo errado? Que nada. Não é qualquer hambúrguer.
"Eu nunca pensei que existisse hambúrguer de caju", diz Lauana de Oliveira , de 8 anos.
"Não sabia nem o que se fazia com caju, fora o doce, a cajuína e o suco. Eu nunca pensei em hambúrguer", conta a estudante Thaís Cartaxo.
Caju é matéria-prima que o Ceará tem de sobra. No estado, que é o maior produtor brasileiro, só a castanha tem mercado. A polpa quase não é aproveitada.
"São desperdiçados 90% do caju. Os outros 10% são vendidos para a indústria de sucos, caju de mesa e o restante é utilizado como ração animal", diz o secretário de Agricultura de Beberibe, Alexandre Belém.
Uma pena. Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) decidiu inventar um jeito de evitar o desperdício e criou a receita do hambúrguer, que é muito simples. A polpa é batida no liquidificador e peneirada para tirar o suco. Depois, é temperada.
"A fibra é temperada com o que a gente usa habitualmente na carne: cebola, pimenta, alho. Isso depende do gosto de cada um. E quando a gente quer, pode acrescentar algumas ervas, como orégano e alecrim", ensina a instrutora do Senar Rosimar Brito Chaves.
Quando estiver no ponto, deixe esfriar e acrescente farinha de trigo. Depois, dê o formato. A fritura é igual a de um hambúrguer comum. Mas o cheirinho no ar dá água na boca!
Para quem prova pela primeira vez, é difícil identificar de cara o gosto do caju por conta dos temperos e do sal, mas dá para perceber no finalzinho que tem um toque da fruta no meio e é muito gostoso.
No Laboratório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pesquisadores analisaram a receita. Descartaram riscos de contaminação e confirmaram o nível nutricional do alimento.
"Na realidade, ele é bastante saudável porque tem um teor de fibras muito alto e isso ajuda muito o organismo na questão do funcionamento do intestino. Apesar de ter baixo teor de proteína, a sidra é muito boa para o organismo", avalia a pesquisadora da Embrapa Janice Ribeiro Lima.
O último teste feito com o hambúrguer de caju foi o sensorial. Os pesquisadores queriam saber como seria a aceitação no mercado e se era possível congelar o produto mantendo as características originais, como cheiro, sabor e consistência. Quem deu a palavra final foram os consumidores. Durante seis meses, uma turma foi ao laboratório dar uma provadinha na novidade. Para cada provador, apenas um pedacinho para degustar. Depois de muitas mordidas...
"Gostei muito da aparência, do aroma e do sabor. Mas gostei moderadamente da textura", diz a estudante Germana Soares.
"Apesar de ser de caju, o sabor não é tão pronunciado, devido aos temperos. Só precisaria melhorar a textura", comenta o engenheiro de alimentos Leandro Fernandes.
"Os consumidores avaliaram esse produto como 'gostando ligeiramente'. E essa avaliação não caiu ao longo dos seis meses que a gente armazenou", conta a pesquisadora da Embrapa Janice Ribeiro Lima.
Congelado nos períodos de entressafra, esse alimento pode fazer parte da merenda escolar o ano inteiro. E é o que vai acontecer em Beberibe, no litoral do Ceará, na volta às aulas. Pelo teste das férias, não há mais dúvida: a nova merenda vai ser um sucesso!
"Achei nota 10. Estava maravilhoso", Thaís.
"Eu daria nota 20, porque é muito gostoso", elogia Lauana.
MAIS INFORMAÇÕES:
- Desenvolvido pela Embrapa Agroindústria Tropical
Site:
www.cnpat.embrapa.br
E-mail:
sac@cnpat.embrapa.br
Hambúrguer de Caju
Ingredientes
8kg de caju fresco (sem castanha)
300g de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de cheiro verde picados
2 pimentões médios picados
4 tomates grandes picados
2 cebolas médias picadas
1/2 colher (sopa) de corante (colorau)
1 cabeça de alho grande (ou 3 colheres de sopa de pasta de alho)
pimenta-do-reino a gosto
sal a gosto
Modo de Fazer

Lavar bem os cajus, acrescentar um pouco de água e bater do liquidificador. Depois, peneirar bem para tirar todo o suco. O que sobra é a fibra (mais ou menos 1,5kg). Colocar a fibra numa panela e temperar com alho, cebola, tomate, cheiro-verde, pimentão, corante, pimenta-do-reino e sal a gosto. Refogar por mais ou menos 10 minutos. Tirar do fogo e colocar numa bandeja grande para esfriar. Quando estiver fria, acrescentar a farinha de trigo e espalhar sobre superfície com a ajuda de um rolo (como se fosse uma massa). Por último, cortar no formato de hambúrguer. A fritura é igual a de um hambúrguer tradicional.
Dicas: acrescentar os temperos que você costuma usar na carne, como ervas, por exemplo; usar a boca de uma xícara ou copo para dar o formato de hambúrguer.
Rendimento médio: 20 hambúrgueres
publicado por: http://souprodutordecaju.blogspot.com.br