Em 2011 o volume atingiu 200 mil toneladas e rendeu 156 milhões de euros
O Governo de transição da Guiné-Bissau prevê exportar este ano 150 mil toneladas de caju, tendo sido exportadas até agora 22,5 mil toneladas.
O Governo de transição da Guiné-Bissau prevê exportar este ano 150 mil toneladas de caju, tendo sido exportadas até agora 22,5 mil toneladas.
De acordo com Hélder Henrique de Barros, o director-geral do Comércio e da Concorrência, do Ministério do Comércio, estão prontas a ser exportadas 90 mil toneladas, havendo pedidos de exportação na ordem das 42 mil toneladas.
Segundo o responsável, citado hoje pela Agência de Notícias da Guiné-Bissau (ANG), houve muita castanha de caju, o principal produto do país, que foi exportada ilegalmente por via terrestre, em parte devido ao golpe de Estado de 12 de Abril último.
"Houve operadores que se aproveitaram da situação e fizeram o contrabando do referido produto", disse, acrescentando que foram já tomadas medidas para pôr cobro à situação.
De acordo com dados do Ministério, citados pela ANG, a campanha do caju está a decorrer normalmente, apesar da crise no país decorrente do golpe de Estado, e a Guiné-Bissau mantém a quinta posição no ranking mundial de exportação de caju.
Segundo Henrique de Barros, a grande dificuldade é a falta de meios materiais e incentivos para ajudar no controlo das fronteiras.
O preço de venda da castanha de caju, disse o responsável, rondou os 350/400 francos CFA por quilograma (55 cêntimos), mais ou menos o mesmo nível registado no ano passado.
No ano passado a Guiné-Bissau exportou mais de 170 mil toneladas de caju.
Principal pilar da economia guineense
A comercialização do produto (caju) é o principal pilar da economia da Guiné-Bissau, chegando a representar 90% no orçamento do Estado. Em Maio, "nenhum quilograma" saiu pelo porto de Bissau, diz responsável por agricultores.
Enquanto decorriam as negociações para encontrar uma solução à crise, as necessidades da população da Guiné-Bissau são postas de lado, o pagamento dos salários aos funcionários ficou adiado na falta de um governo, e a campanha de comercialização da castanha de caju, essencial para a economia e o sustento da população, foi perturbada – como referiu no seu relatório o representante do secretário geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba.
O caju contribui significativamente para a economia nacional, com 90% no Orçamento Geral de Estado. Os relatórios do Fundo Monetário Internacional citam sempre o produto, que consoante boa ou má campanha faz subir ou descer o Produto Interno Bruto da Guiné-Bissau.
"Nenhum quilograma"
No país, 85% por cento das pessoas das zonas rurais são pequenos produtores e no total o país exportou em 2011 quase 200 mil toneladas de caju, que renderam 156 milhões de euros.
A presente campanha de venda da castanha de caju não foi melhor como no ano passado, segundo o presidente da Associação nacional dos agricultores, Mama Samba Embaló. Segundo ele, quem sofre mais "é a população camponesa".
De acordo com inquéritos feitos pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), o impacto da situação sobre as pessoas nas regiões administrativas de Oio, Quinara, Gabú, Bafatá e Cacheu mostrou que a castanha de caju estava a ser vendida a um preço inferior ao estabelecido, afectando negativamente o rendimento das populações que contam com a sua venda para ganhar o sustento.
Caju tem participação de 90% no orçamento do Estado
A importância de um bom ano de colheita do caju é fundamental para a Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, cuja economia assenta, essencialmente, na castanha do fruto. Fazendo comparações com os números do ano passado, Mama Samba Embaló aponta para uma perda significativa dos produtores: "Não pudemos alcançar a quantidade exportada no ano passado. Isso está fora de questão. Nesta altura do ano passado, já se tinha exportado para o exterior, através do porto de Bissau, por volta de 16 mil toneladas de castanha de caju. Neste mês de Maio, nenhum quilograma saiu via porto", constatou o presidente da Associação Nacional dos Agricultores.
Perda de receitas
O Estado vai perder, este ano, 14 milhões de dólares só em receitas alfandegárias com a exportação de caju, porque os compradores mudaram de rota, ou seja transportam o produto via terrestre para os países vizinhos.
Embaló lembra que, actualmente, "estão a comercializar os indianos e os comerciantes mauritanos. Têm acesso a dinheiro líquido e estão a praticar compra a preços muito baixos junto ao produtor. As instruções do Estado ligadas à fileira do caju não estão a funcionar. Não se está a verificar o controlo das nossas fronteiras. Lamentamos isso".
85% das pessoas que vivem nas zonas rurais são pequenos produtores
Nos últimos dias, homens e mulheres, novos e velhos, deixaram a capital rumo ao interior do país, sem pensar muito nas voltas e reviravoltas políticas e militares de Bissau mas sabendo que delas depende o seu futuro. Porque em Bissau não há dinheiro, e lá fora pode-se vender a castanha para se conseguir alimentar.
Segundo dados disponíveis, actualmente, a Guiné-Bissau figura na lista de quinto produtor mundial da castanha do caju. A parte transformada industrialmente não atinge os 10% da produção total. O presidente da Associação dos Agricultores chamou atenção aos intervenientes de que a exportação do caju em bruto, sem processamento local, representa uma perda considerável de valor para a Guiné-Bissau. ANAG - www.jornalnopincha.com - 25.06.2012
Segundo o responsável, citado hoje pela Agência de Notícias da Guiné-Bissau (ANG), houve muita castanha de caju, o principal produto do país, que foi exportada ilegalmente por via terrestre, em parte devido ao golpe de Estado de 12 de Abril último.
"Houve operadores que se aproveitaram da situação e fizeram o contrabando do referido produto", disse, acrescentando que foram já tomadas medidas para pôr cobro à situação.
De acordo com dados do Ministério, citados pela ANG, a campanha do caju está a decorrer normalmente, apesar da crise no país decorrente do golpe de Estado, e a Guiné-Bissau mantém a quinta posição no ranking mundial de exportação de caju.
Segundo Henrique de Barros, a grande dificuldade é a falta de meios materiais e incentivos para ajudar no controlo das fronteiras.
O preço de venda da castanha de caju, disse o responsável, rondou os 350/400 francos CFA por quilograma (55 cêntimos), mais ou menos o mesmo nível registado no ano passado.
No ano passado a Guiné-Bissau exportou mais de 170 mil toneladas de caju.
Principal pilar da economia guineense
A comercialização do produto (caju) é o principal pilar da economia da Guiné-Bissau, chegando a representar 90% no orçamento do Estado. Em Maio, "nenhum quilograma" saiu pelo porto de Bissau, diz responsável por agricultores.
Enquanto decorriam as negociações para encontrar uma solução à crise, as necessidades da população da Guiné-Bissau são postas de lado, o pagamento dos salários aos funcionários ficou adiado na falta de um governo, e a campanha de comercialização da castanha de caju, essencial para a economia e o sustento da população, foi perturbada – como referiu no seu relatório o representante do secretário geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba.
O caju contribui significativamente para a economia nacional, com 90% no Orçamento Geral de Estado. Os relatórios do Fundo Monetário Internacional citam sempre o produto, que consoante boa ou má campanha faz subir ou descer o Produto Interno Bruto da Guiné-Bissau.
"Nenhum quilograma"
No país, 85% por cento das pessoas das zonas rurais são pequenos produtores e no total o país exportou em 2011 quase 200 mil toneladas de caju, que renderam 156 milhões de euros.
A presente campanha de venda da castanha de caju não foi melhor como no ano passado, segundo o presidente da Associação nacional dos agricultores, Mama Samba Embaló. Segundo ele, quem sofre mais "é a população camponesa".
De acordo com inquéritos feitos pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), o impacto da situação sobre as pessoas nas regiões administrativas de Oio, Quinara, Gabú, Bafatá e Cacheu mostrou que a castanha de caju estava a ser vendida a um preço inferior ao estabelecido, afectando negativamente o rendimento das populações que contam com a sua venda para ganhar o sustento.
Caju tem participação de 90% no orçamento do Estado
A importância de um bom ano de colheita do caju é fundamental para a Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, cuja economia assenta, essencialmente, na castanha do fruto. Fazendo comparações com os números do ano passado, Mama Samba Embaló aponta para uma perda significativa dos produtores: "Não pudemos alcançar a quantidade exportada no ano passado. Isso está fora de questão. Nesta altura do ano passado, já se tinha exportado para o exterior, através do porto de Bissau, por volta de 16 mil toneladas de castanha de caju. Neste mês de Maio, nenhum quilograma saiu via porto", constatou o presidente da Associação Nacional dos Agricultores.
Perda de receitas
O Estado vai perder, este ano, 14 milhões de dólares só em receitas alfandegárias com a exportação de caju, porque os compradores mudaram de rota, ou seja transportam o produto via terrestre para os países vizinhos.
Embaló lembra que, actualmente, "estão a comercializar os indianos e os comerciantes mauritanos. Têm acesso a dinheiro líquido e estão a praticar compra a preços muito baixos junto ao produtor. As instruções do Estado ligadas à fileira do caju não estão a funcionar. Não se está a verificar o controlo das nossas fronteiras. Lamentamos isso".
85% das pessoas que vivem nas zonas rurais são pequenos produtores
Nos últimos dias, homens e mulheres, novos e velhos, deixaram a capital rumo ao interior do país, sem pensar muito nas voltas e reviravoltas políticas e militares de Bissau mas sabendo que delas depende o seu futuro. Porque em Bissau não há dinheiro, e lá fora pode-se vender a castanha para se conseguir alimentar.
Segundo dados disponíveis, actualmente, a Guiné-Bissau figura na lista de quinto produtor mundial da castanha do caju. A parte transformada industrialmente não atinge os 10% da produção total. O presidente da Associação dos Agricultores chamou atenção aos intervenientes de que a exportação do caju em bruto, sem processamento local, representa uma perda considerável de valor para a Guiné-Bissau. ANAG - www.jornalnopincha.com - 25.06.2012