quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Para cajucultores, Copa é momento de vender castanha

22/01/2014 - 07:00hs

Para cajucultores, Copa é momento de vender castanha

Cocajupi, central de cooperativas do Piauí, está recebendo capacitação para ser fornecedora de hotéis e restaurantes que receberão turistas da Copa do Mundo. Meta é também abrir mais mercado para exportação.


São Paulo – Os cajucultores do Piauí querem aproveitar a Copa do Mundo que ocorrerá no Brasil neste ano para vender castanha-de-caju. A Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí (Cocajupi) foi selecionada e está recebendo capacitação para fornecer o produto a hotéis, restaurantes, supermercados e locais turísticos das cidades que sediarão os jogos. O presidente da Cocajupi, Jocibel Belchior, aposta nestas vendas.
Divulgação
Embalagens vão de 50 gramas a 22,68 kg
“Nosso produto tem boa apresentação, o pessoal que vem para a Copa tem um poder aquisitivo melhor, vai querer um produto de boa qualidade”, afirma Belchior. Ele acredita que o fornecimento a espaços que receberão turistas da Copa poderá, inclusive, abrir mercado para a exportação. Entre os turistas, acredita ele, poderão estar pessoas interessadas em comércio. “Eles vêm ver o que o Brasil tem de bom para oferecer”, diz o presidente.

A Cocajupi foi selecionada pelo projeto Talentos do Brasil Rural, que tem por objetivo inserir produtos e serviços da agricultura familiar no mercado turístico. Em função disto, ela está sendo treinada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo Belchior, a central já recebeu a visita de um técnico do Sebrae. Ela receberá um diagnóstico dos pontos que precisa melhorar para atender os turistas.

Participar deste projeto, porém, não garante clientes da Copa para a Cocajupi. A cooperativa irá atrás do mercado nas cidades-sede da competição. Vai também participar de algumas iniciativas que a colocará frente a frente com empreendedores do setor de turismo, como rodadas de negócios na Equipotel e Salão do Turismo, duas feiras que ocorrem neste ano. As duas mostras, porém, acontecem já depois do jogos da Copa do Mundo.

Os cajucultores comercializam as castanhas-de-caju embaladas e com a marca Cocajupi. São pacotes de 50 gramas até 22,68 quilos. A produção é levada adiante por 450 cooperados, de dez municípios piauienses, que fazem parte de nove cooperativas do Piauí. A Cocajupi, cuja sede fica em Picos, é a central delas, as reúne e também comercializa os produtos.
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Produção segue princípios do comércio justo
 Grande parte das castanhas é vendida ao mercado externo. No ano passado, a central enviou 20 toneladas para a Itália. Neste ano deve enviar mais 20,5 toneladas. O volume de produção da Cocajupi, em 2013, ficou apenas entre 25 e 30 toneladas em função da seca que a região enfrentou. Também houve seca que prejudicou a produção em 2012. “Perdemos cerca de 85% da safra”, conta Belchior. Com isso, o uso da capacidade de produção ficou ao redor de 20%.

A Cocajupi foi criada em 2005 e passou a operar em 2007. Ela é certificada para atuar no comércio justo e encontrou aí uma maneira de viabilizar os seus negócios. O presidente explica que como, inicialmente, a produção era muito manual, não era viável vendê-las fora do comércio justo, pois os preços não cobriam os custos de produção.

O fato de uma empresa ser certificada para o mercado justo significa que ela cumpre padrões de sustentabilidade econômica e ecológica para produzir. Com isso, o empreendedor recebe mais pelo produto. Atualmente, no entanto, a Cocajupi modernizou suas operações e tem condições melhores de competir no mercado tradicional.

Cocajupi
Telefone: +55 (89) 3422 0144
Email: jocibelbelchior@gmail.com

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