sábado, 15 de setembro de 2012

Praga da Mosca Branca

06/09/2012
Além da seca, praga da Mosca Branca se constitui em ameaça potencial para cajucultura da região

As adversidades decorrentes do período de estiagem no segmento da cajucultura passaram a somar com outra dificuldade exponencial: a presença da praga da Mosca Branca. O problema foi alertado pelo presidente da Associação de Pequenos Produtores do projeto de assentamento de reforma agrária de Novo Pingos, em Assú, Manuel Cristiano da Cunha. A entidade mantém uma unidade de beneficiamento da castanha do caju com uma produção que atende aos mercados interno e externo. O dirigente associativista registrou que a falta de chuva já é uma grande preocupação e, agora, surge uma preocupação ainda maior que é a Mosca Branca. Manuel Cristiano disse que, para que se projete uma boa safra de caju é indispensável que se obtenha uma boa temporada chuvosa, numa média de 600 a 700 milímetros. Contou que este ano, no caso particular de Novo Pingos e região, choveu um pouco mais de 160 milímetros o que é insuficiente para garantir uma safra razoável. O dirigente disse que o reflexo disso é que, em pleno fim de agosto, não se consegue vislumbrar o florescimento dos cajueiros. Manuel Cristiano disse que normalmente já era para os pés de caju estar safrejando nesta época do ano. Declarou que a temporada propícia da safra são os meses de outubro e novembro até o início de dezembro. Mas, observou o dirigente, do jeito que está, dificilmente haverá uma florada que indique uma boa safra, reafirmando que as dores de cabeça aumentam com a presença da Mosca Branca. Ele disse que diversos pomares já apresentam indícios de presença do inseto. Salientou que a Mosca Branca está chegando numa velocidade muito rápida nos pomares de caju da região, inclusive na área do assentamento. Manuel Cristiano relatou que o maior prejuízo provocado pela praga é impedir que o pomar safreje. Ele afirmou que não tem como aquele pé de cajueiro produzir estando contaminado pela Mosca Branca, dizendo que idêntica situação observa-se em cidades como Apodi, Severiano Melo e Portalegre, dentre outras. Manuel Cristiano confidenciou que a aflição é maior ainda pelo fato de ter sido celebrado recentemente um contrato de fornecimento do produto beneficiado com uma rede de supermercados no valor de 200 mil reais. O contrato envolveu a Central de Produção e Beneficiamento que é composta por 10 cooperativas e associações com atuação na área. Destacou que o temor dos dirigentes é que a produção se frustre e não haja condição de respeitar os termos contratuais. Seu temor é que, se o contrato não for cumprido, as entidades terão que pagar uma multa. Prevendo tal situação ele informou que os representantes das 10 entidades de produção e beneficiamento da castanha do caju já procuraram assessoramento junto ao escritório regional do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Rio Grande do Norte, Sebrae/RN, em Mossoró, e à fundação Banco do Brasil, FBB, em Brasília. O objetivo é viabilizar uma renegociação do contrato com a rede de supermercados a fim de evitar a punição aos fornecedores, em consequência da impossibilidade de atender à demanda contratada.

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