Safra de 2012 deve ficar em torno das 10 mil toneladas no estado. Do Globo Rural - 15/05/2012 06h58
Sem
chuvas regulares nos quatro primeiros meses de 2012, os 100 hectares de
cajueiro do produtor Francisco Rufino Filho não irão florescer e a safra de
castanha deste ano já está comprometida.
O
município de Apodi é um dos maiores produtores de castanha de caju do Ri Grande
do Norte e um dos que mais sofrem com a seca. Segundo o engenheiro agrônomo
Antônio Tertuliano Oliveira, este ano choveu uma média de 200 milímetros na
região, o que é muito pouco para o desenvolvimento das amêndoas. “Requer em
torno de 600 a 1,2 mil milímetros para que haja uma produtividade satisfatória
para o cajueiro”, diz.
A safra
de castanha de 2012, que começa em setembro, deve ficar em torno das 10 mil
toneladas no Rio Grande do Norte, segundo a Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do estado. Houve redução de 50% em relação às safras de 2010 e
2011.
A
diminuição na produção deve afetar as pequenas usinas de beneficiamento de
castanha no Rio Grande do Norte. Sem amêndoas e sem estoque suficiente, a
expectativa é que muitas não consigam mais operar e fechem as portas. As
grandes usinas devem importar castanha para manter a atividade em
funcionamento.
A usina
de beneficiamento de Mossoró importou da África seis mil
toneladas de castanha no ano passado. Em 2012, a previsão é dobrar esse número.
O empresário diz que o setor está muito instável. “O salário tem subido nessa
variação cambial. Eu tenho 33 anos com castanha e estou vendo que está ficando
difícil a nossa indústria”, avalia o empresário Francisco Assis Neto.